“Quando desdenhamos das pessoas que fazem parte do nosso dia a dia, seja no trabalho ou na vida, infalivelmente empobrecemos nossa própria biografia”.
Ao longo da nossa formação como seres humanos adultos, responsáveis pelas próprias ações, vamos aprendendo e muito do que aprendemos é sobre as pessoas. Pessoas do nosso convívio, pessoas que “são boas” ou pessoas que “são ruins” para nós. Aprendemos a aceitar ou rejeitar certos tipos de comportamentos, a entender como boas ou ruins certas ações e a tomar como aceitável ou não certos discursos.
O que muitas vezes não aprendemos é que todos tem algo para acrescentar na nossa vida. Seja uma lição, um aprendizado, um arrependimento, uma alegria ou um conhecimento. A interação com outro ser humano invariavelmente vai render algum resultado. Positivo ou negativo, mas sempre um resultado. Só que muitas vezes, por convenção, hábito, preconceito, mania, seja lá qual for o motivo, inconscientemente ou conscientemente, decidimos por interagir ou evitar interações com as pessoas que ainda não conhecemos. Muitas vezes convivemos com completos desconhecidos a nossa volta, pessoas que vemos todos os dias, que frequentam os mesmos ambientes que nós todos os dias e permanecem estranhas. Muitas vezes temos nossos pré julgamentos e não nos damos ao trabalho de parar e ouvir o que alguém tem para dizer. E qual o impacto disso?
Perdemos amigos que seriam ótimos, deixamos de conhecer histórias que fariam toda a diferença naquele momento da vida, abrimos mão de conhecer uma vida interessante, deixamos de dar boas risadas porque afinal de contas, essa pessoa é divertida e você nem imaginava… Deixamos de ganhar conselhos, dicas de ótimos filmes, aquela receita de bolo que ninguém sabe direito como faz, mas essa pessoa sabe… Por menor que seja a perda, ela está ali.
Obviamente, nem sempre as pessoas que convivem com você vão ter algo em comum com você ou são pessoas que você vai querer manter contato próximo, mas vale a pena abrir mão de todas as pessoas legais por uma ou duas que não são?
Muitas vezes aquela pessoa mais silenciosa e quieta é o amigo que você mais vai poder contar em horas ruins, boas, em qualquer momento e você está ocupado demais julgando o silêncio em vez de dar voz para que essa pessoa se sinta a vontade para falar com você. Outras vezes, você pode encontrar aquela pessoa que fala muito o tempo todo e pode pensar que essa pessoa já fala demais e não tem nada novo para te dizer, mas ela tem. Dê a chance de que as pessoas mostrem algo antes de julgar por uma situação ou outra. E nunca, jamais, se coloque em uma posição acima o suficiente para achar que alguém não merece um pedaço do seu tempo. Uma hora é você fazendo esse julgamento com alguém, em outra vai ser outra pessoa fazendo esse julgamento com você.