A11y

Amanda Carneiro
4 min readApr 26, 2023

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Quando pensamos em acessibilidade, existem vários lugares de onde podemos começar. Podemos descobrir quais são os tipos de necessidades específicas, quais são as tecnologias assistivas já existentes, quais são as nomenclaturas corretas… São muitas portas de entrada então hoje decidi começar pela sigla Ally, que acho muito amigável e interessante. :)

“A11y” é uma abreviação do termo acessibilidade, sendo que o número 11 representa as 11 letras entre a primeira e a última letra da palavra. É um termo utilizado para descrever a capacidade de produtos, serviços, tecnologias e locais de serem acessíveis e utilizáveis por todas as pessoas, independentemente de suas habilidades. A acessibilidade inclui a remoção de barreiras físicas, sensoriais e cognitivas para que as pessoas com deficiência possam participar plenamente da sociedade, além de garantir que todos possam acessar informações e serviços de maneira eficaz e eficiente. A acessibilidade é fundamental para a promoção da inclusão e para garantir que todas as pessoas tenham os mesmos direitos e acesso a oportunidades. Essa sigla surgiu a partir da língua inglesa, onde a palavra Ally significa aliado. Então acho que essa sigla pode ser um ponto legal para começar a pesquisar. Essa sigla é utilizada em vários lugares como referência indicando o foco em acessibilidade.

Agora olhando para o universo de desenvolvimento WEB, que é o universo onde eu habito, acho que é importante olhar para a acessibilidade como um fator crucial no momento de criar qualquer nova implementação, mas como esse assunto nem sempre é prioritário na hora de aprender a programar, quero começar a trazer os assuntos a respeito disso desde os passos mais iniciais.

A acessibilidade WEB é importante porque permite que as pessoas independentemente de suas habilidades físicas, sensoriais ou cognitivas, possam acessar e utilizar conteúdo na internet, mais do que isso, os conteúdos WEB construídos seguindo as diretrizes de acessibilidade ajudam a garantir que esse conteúdo vai ser capaz de ser acessado utilizando as tecnologias assistivas existentes. É muito difícil pensar em diversidade e inclusão sem ter isso em mente. Um conteúdo WEB que leva em conta as diretrizes de acessibilidade vai se tornar disponível verdadeiramente para pessoas com deficiência ou com algum tipo de necessidade específica.

Ao criar sites e aplicativos que são acessíveis, os desenvolvedores garantem que as pessoas possam acessar informações, serviços e recursos online. Isso é especialmente importante em um mundo cada vez mais digital, onde muitos serviços e informações importantes são oferecidos exclusivamente online.

A base da acessibilidade web é seguir as diretrizes estabelecidas pelo World Wide Web Consortium (W3C) através do Web Content Accessibility Guidelines (WCAG). A primeira versão desse documento foi publicada em 1999 e teve suas diretrizes reformuladas em 2008. Esse documento tem orientações imprecindíveis para construir um site acessível. O foco desse guideline é quase exclusivamente em programadores, mas ele também traz informações valiosas para designers e até para profissionais de marketing. Essas diretrizes estabelecem critérios técnicos que ajudam a tornar o conteúdo web mais acessível para pessoas com diferentes deficiências, como visuais, auditivas, cognitivas ou motoras. O WCAG estabelece três níveis de conformidade — A, AA e AAA — que representam diferentes graus de acessibilidade. Hoje não vou entrar em detalhes técnicos a respeito dos níveis de conformidade, mas eles vão aparecer nos próximos posts.

As quatro diretrizes do WCAG descrevem os princípios básicos que devem ser seguidos para garantir que o conteúdo na web possa ser percebido, operado, compreendido e interpretado por todos os usuários.

Cada uma das diretrizes é composta por uma série de recomendações específicas, que incluem técnicas e exemplos práticos de como tornar o conteúdo na web mais acessível. Ao seguir essas diretrizes, os desenvolvedores podem ajudar a garantir que todos os usuários possam acessar e utilizar conteúdo, independentemente de suas habilidades ou deficiências. De forma bem resumida as 4 diretrizes são:

  1. Perceptibilidade: Garantir que o conteúdo possa ser percebido por todos os usuários, independentemente de suas capacidades sensoriais. Um conteúdo WEB perceptível, garante que todos os usuários tenham uma experiência semelhante ao acessar o conteúdo. As informações devem ser dispostas e encontradas pelo usuário, de maneira fácil e perceptiva. Como por Exemplo, Todo conteúdo não textual deve trazer uma alternativa em texto para identificar o conteúdo, como descrever uma imagem e colocar a descrição na tag.
  2. Operabilidade: Garantir que os usuários possam interagir com o conteúdo, independentemente de suas habilidades motoras ou cognitivas. Um conteúdo operável garante que todos os controles e elementos interativos possam ser utilizáveis. Os usuários devem conseguir operar as funcionalidades das páginas, assim, a interface não pode exigir interação que um usuário não pode executar. A navegação via teclado é um dos melhores exemplos desse princípio: deve ser possível navegar de e para todos os elementos sem qualquer tipo de bloqueio de teclado.
  3. Compreensibilidade: Garantir que o conteúdo seja claro e compreensível para todos os usuários, independentemente de seu nível de alfabetização ou de seu idioma nativo. Garantir que o contúdo WEB é compreensível é ter certeza de que o conteúdo é claro, evitando confusão e a ambiguidades. Os usuários devem ser capazes de entender as informações, sendo assim, o conteúdo ou a operação não pode estar além do seu entendimento. Caso o conteúdo faça uso de palavras técnicas ou jargões, é necessário fornecer um glossário ou explicações que informem ao usuário seu significado.
  4. Robustez: Garantir que o conteúdo seja apresentado corretamente em diferentes navegadores e dispositivos de tecnologia assistiva. Um conteúdo WEB se torna robusto, quando o conteúdo pode ser acessado com uma ampla variedade de tecnologias. Isso significa que os usuários devem poder acessar o conteúdo à medida que as tecnologias avançam.

A aplicação desses princípios pode incluir, por exemplo, a disponibilização de alternativas textuais para imagens, legendas em vídeos, contraste adequado entre o texto e o fundo, entre outras medidas. Eu sei que a princípio tudo isso pode parecer um pouco abstrato, mas a medida que você se aprofunda mais no assunto fica mais fácil de entender como isso pode ser aplicado na prática.

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Amanda Carneiro

Engenheira de software, apaixonada por tecnologia. Amo arte, amo conhecer lugares novos e viver viajando é o que me motiva todos os dias.